segunda-feira, 1 de junho de 2015

MARINHO CHAGAS: Um ano sem a Bruxa

Para quem acompanhou o futebol ainda romântico e total dos anos 1970 ao vivo, em vídeos ou até pelo Canal 100, a imagem era clássica. Inesquecível. Bola pelo lado esquerdo. Seja na seleção brasileira, onde foi o craque da Copa de 1974. Seja no Botafogo, camisa que mais vestiu e exibiu sua técnica. Seja na terceira versão da máquina do Fluminense, em 1977. Seja no São Paulo, onde foi campeão paulista. Seja no americano Cosmos de Pelé, Beckenbauer, Carlos Alberto. Seja no ABC, onde deu os primeiros passos, era comum ver as arrancadas de Francisco das Chagas Marinho.  

O Marinho Chagas. O Marinho Bruxa, como era carinhosamente chamado. Aquele dos longos cabelos louros que balançavam ao vento à medida que dava velocidade às jogadas. Pinta de playboy, usava uma pulseirinha preta no pulso e tinha um canhão, mas um tremendo canhão na perna direita. Era lateral-esquerdo, mas era destro. E tinha também um furor incansável pelo ataque. Foi um dos que melhor souberam avançar da defesa.

Na Copa de 1974, onde figurou na seleção dos melhores, não teve medo do carrossel holandês de Cruyff & Cia. O Brasil foi eliminado, mas o lateral não queria saber de censura. Partiu em direção ao gol até o fim do jogo, e teve até problemas com o goleiro Emerson Leão por conta disso. Marinho era tão ousado que, na estreia pelo Botafogo, jura ter tido personalidade suficiente para dar chapéu em Pelé. Pois bem. Marinho Chagas, que também teve problemas sérios com o álcool depois que parou de jogar, está completando nesta segunda-feira 01/06/15, um ano do seu falecimento. 

Texto postado no GloboEsporte.com no dia do seu falecimento.

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